quinta-feira, 10 de maio de 2012

A GENTE SE ACHA TANTO.... ver nosso planetinha girando fragilmente no espaço como uma folha ao vento pode nos ajudar a redimensionar nossa grandeza.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O BOBO DA CORTE

ESTE É UM INÍCIO DE UMA SAGA, A SAGA HUMANA QUE FOI CRIADA PELOS "DEUSES" PARA PODER DAR SENTIDO A VIDA DELES, CONVIDO MARCUS E H ELI PARA ESCREVERMOS A SEIS MÃOS OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS. aO MEU VER DARÁ UM GRANDE BESTSELLER E UM FILMAÇO RSRSR RSRSRSR



SER HUMANO
ALEGRIA DOS “DEUSES”

O saguão era enorme, a luminosidade fosca dava a impressão de uma atmosfera surrealista. Ao derredor do amplo platô esférico circundavam sete arquibancadas feitas de um material incorruptível, muito confortáveis, onde os espectadores se acomodavam anatomicamente e tinham uma visão panorâmica do platô.
Os espectadores estavam saciados, saudáveis, e apreciavam o desenrolar da apresentação que se desenvolvia no platô. Tudo era apresentado em três dimensões, as cores eram fielmente reproduzidas, a sonoridade era excelente.
Os espectadores eram pessoas realizadas. Viviam milhares de anos como os conhecemos, sua reprodução era programada, dominavam a ciência e a tecnologia acumulada durante milhões de anos. Podiam destruir uma galáxia num piscar de olhos, podiam manipular os astros para propiciar a formação de planetas habitáveis. Eles eram a nata da civilização, haviam exterminados todos os opositores que apresentavam alguma possibilidade de vencê-los. Eram os donos do universo. Tanto conhecimento, tanta tecnologia, tanta vida interminável, tantos prazeres que foram ficando sem sentido, tantas emoções que foram perdidas visto que para eles nada mais causava admiração, nada mais era surpresa pois, tudo podiam prever em se tratando do seu planeta e das estrelas do universo. Eram deuses? Não, apenas pessoas, conscientes e racionais que atingiram o ápice do conhecimento que os levaram à quase imortalidade e à capacidade de clonar vidas, de criar vidas. Eram muitos, por isto viviam, em diversos planetas.
Em cada nebulosa havia um planeta onde eles se instalavam e podiam se teletransportar para qualquer um deles em questão de segundos, se comunicavam diuturnamente e em tempo real tanto por sua desenvolvida telepatia tanto por seus equipamentos de comunicação visual. Não trabalhavam a não ser estudando, e aprendendo o que fosse ainda desconhecido de alguns, se atualizando e administrando o universo sem desgastes físicos, a própria vontade deles já acionava mecanismos que faziam com que a ação desejada fosse concretizada. Não havia mais animosidades entre eles, não havia disputa por nada, não havia desejos, não havia emoção.
O atores que apareciam no platô eram um tanto parecidos com eles, embora sem as facilidades que as capacidades mentais e intelectuais que eles possuíam, propiciavam. Eram animais comparados a eles, assim como nós vemos os macacos mais parecidos com a gente como sendo a nossa semelhança. Eles possuíam emoções das mais diversas assim como ódio, ciúmes, raiva, amor, apego, saudades, tristezas, alegrias, angústias; sentiam dor, impingiam dor, choravam, gritavam, agrediam, eram agredidos, dominavam uns aos outros e eram dominados.
As imagens tridimensionais eram captadas por meio de sensores de altíssima potência colocados em pontos tão distantes que os atores não tinham a menor condição tecnológica de percebê-los. Assim viviam suas vidas sem terem qualquer noção do monitoramento externo que tudo percebia.
Os espectadores conheciam o processo de geração de vida tanto dos planetas e o colocava em prática de acordo com seus interesses. Um pequeno grupo de 12 espectadores cansados e entediados de tanto ficarem observando animais gigantescos em plantes gigantescos resolveram inovar. A ideia que prevaleceu era a seguinte: criação de um planeta pequeno onde a vida gerada seria algo similar aos próprios espectadores, não clones, mas novos seres vivos similares, biologicamente, ao que eles mesmos foram a muitos milhões de anos passados, desta forma eles poderiam, por meio dos novos primatas, relembrarem de si mesmos no início de suas jornadas e assim poderem valorizar mais o status que ora desfrutavam.
Não foi difícil, em cerca de uma semana como é por nós conhecida, moldaram um planeta e nele provocaram a existência dos elementos químicos necessários para a geração da vida que tinham em mente. O posicionamento do planeta também foi calculado e se chegou a conclusão de que deveria ser o quarto planeta de um sistema solar que não tivesse uma estrela muito grande ou muito irradiante em termos de radiações letais. Isto feito afastaram o excesso de vapores que cobriam o planeta, vapores estes decorrentes do processo inicial da construção. A remoção foi um tanto dramática e brusca e os seres vivos que começavam a surgir naquele ambiente inóspito para o tipo de vida que desejavam registraram esse fato em sua memória coletiva.
De acordo com o planejamento poucos milhões de anos depois surgiram os tão esperados primatas, entranhados na conjuntura do planeta, dele sendo os frutos. As fêmeas, peludas se assemelhavam a um tipo de símio, não eram atraentes aos olhos dos espectadores, mas eles não tinham pressa, afinal tinham todo o tempo do mundo. Outros milhões de anos se passaram e os primatas foram se tornando um pouco mais similares ao perfil físico dos espectadores. Já seria possível até mesmo um cruzamento sexual entre eles e os espectadores.
Entretanto, caso isso ocorresse teria, mesmo para os quase imortais, uma incógnita o resultado genético, os filhos desse relacionamento, por isso ficou determinado que isto não poderia acontecer. Os doze espectadores, responsáveis por esse núcleo do universo, se dividiam em machos e fêmeas, mas suas sexualidades estavam adormecidas visto que a reprodução não utilizava mais o contato físico e seus corpos, pouco material, não atraíam em termos de beleza. O machos, quando viram as fêmeas que surgiam no planeta se ouriçaram. A princípio elas eram por demais desengonçadas e feias no padrão que se referia aos espectadores, mas com o passar das gerações elas foram ficando mais delgadas e isto foi ativando a memória adormecida dos machos espectadores que não resistiram e desceram até a superfície do planeta e tiveram relações com as fêmeas que foram facilmente dominadas apenas com seus olhares hipnóticos.
As consequências não tardaram. Tão poucos, seis apenas, engravidaram centenas. Meses depois os problemas começaram. Muitas fêmeas morreram porque não conseguiram parir suas crias que eram grandes demais para a sua capacidade biológica, outros nasceram mortos, outros viveram e apresentaram as mais diversas formas assim como formas de animais como o touro, cavalo etc. Poucos nasceram mais ou menos parecidos com espectadores. Uns nasceram peludos, outros com poucos pelos, uns pequenos demais, outros grandes demais. Uns claros, outros escuros, outros amarelos, outros azuis. Alguns cresceram demais e se tornaram perigosos para os nativos que se uniram para tentar destruí-los, mas não estavam tendo muito sucesso e os 12 “deuses” precisaram intervir alterando alguns fetos, geneticamente para que nascessem mais fortes e com mais massa cefálica, com capacidade então de, usando a artimanha e a força, derrotar os monstros gerados pelo acasalamento do “deuses” com as mulheres do planeta. Essa intervenção foi feita não por vontade dos doze deuses, mas por determinação superior a eles que haviam desrespeitado a lei geral de não interferência na evolução das espécies que fossem programadas para nascer.
Essa desobediência gerou um grande desgaste com relação aos seus superiores, quer eram os administradores de todo o universo, sendo os conselhos dos 12 que estavam uniformemente distribuídos por todo o finito universo seus agentes para ações mais diretas, mas eles podiam executar ações que não interferissem nos demais setores, pro isto podiam criar planetas e se divertirem com as vidas que eram brotadas de acordo com as características que eles queriam. Afinal esta era a diversão deles.
Por muito pouco eles não acabaram com a vida no planeta. Vendo que a situação estava ficando fora de controle por causa da força imensa e da ousadia e quase invencibilidade dos monstros resultantes da relação deuses-mulheres, e embora em menor intensidade também ocorrera relações entre as deusas e alguns poucos homens que elas acharem dignos de terem contato com elas. A solução encontrada foi inundar o planeta, por isto, separaram alguns homens e mulheres e animais que já estavam um pouco domesticados, colocaram em uma embarcação que determinaram aos homens como fazer, e moveram bruscamente as placas tectônicas gerando assim maremotos que inundaram todo o planeta e produziram chuvas intensas que elevaram por semanas o nível das águas, primeiramente no oriente e depois no ocidente, assim permitiram a existência de pontos isolados que escaparam, das inundações e assim preservaram o restante das espécies animais e vegetais que, após a inundação voltaram a se multiplicar e a se alastrar pela superfície do planeta, se fixando onde as condições climáticas eram mais favoráveis.
Depois dessa destruição catastrófica, aproveitaram para se apresentarem aos sobreviventes tanto os da embarcação, como os que se amontoaram nos poucos pontos que escaparam das inundações, como sendo seu deus que tudo havia criado, inclusive eles, e os coitados acreditaram e temeram. Afinal quem podia provocar inundações como a que eles presenciaram mercê todo o medo do mundo. Agora os deuses poderiam se acomodar em seus assentos em frente ao palco esférico e começarem os jogos que tanto apreciavam. O planeta estava praticamente pronto e os atores já estavam atemorizados o suficiente. Agora teria início a apresentação da tragédia humana.
O planeta estava então com cinco grandes blocos de terra contínuas e em todos eles haviam sobreviventes humanos.