sexta-feira, 26 de agosto de 2011

NOSSA CONSCIÊNCIA SOBRE O TEMPO

NOSSA CONSCIÊNCIA SOBRE O TEMPO
Virgilio Pereira dos Reis – jul 2011

Acordei. O alarme do telefone tocava. Apertei a tecla soneca que me daria mais dez minutos de sono. Logo em seguida o alarme tocou novamente. Dez minutos se passaram e eu não os percebi. O que houve com o tempo? Por que não o percebi passar?
Se não percebo o tempo implica dizer que sou atemporal? Que sou eterno?
Bem, mais dez minutos se passaram sem que os percebesse, entretanto neste período o sol foi se deslocando, pessoas que estavam acordadas continuaram seus afazeres, os trabalhadores continuaram seus trabalhos.
O tempo continuou existir como duração de fatos que nunca param de acontecer, tenhamos consciência deles ou não.
Mas, para aquele que dorme profundamente é como se sua consciência de si e do mundo tirasse uma folga para se recuperar e permitir que o subconsciente tivesse oportunidade de priorizar os cuidados com o lado interno do corpo.
Enquanto acordados nossa preocupação constante é com o que está fora do nosso corpo, fora de nós. A harmonia que deve haver no lado interno vai ficando descuidada e só nos damos conta dessa desarmonia quando a dor se manifesta, nos infartos, desmaios, dificuldades para ver, ouvir, andar, falar etc.
Então o sono nada mais é do que um mecanismo de defesa do corpo que separa uma parte do dia para que todos os recursos de que dispõe sejam prioritariamente empregados para manter o equilíbrio, a harmonia, o bom funcionamento entre todos os seus órgãos internos. O sono prioriza a saúde.
Enfim, podemos dizer que a duração dos fatos existem independentemente de a percebermos, e se tempo é considerado como a duração de um fato, podemos então afirmar que o tempo é externo a nós, a nossa consciência. Tenhamos ou não consciência de um fato qualquer, a duração do mesmo continuará sendo o tempo que tanto se discute.
Creio que essa polêmica sobre se o tempo é interno ou externo depende do que se entende por tempo. O tempo, grosso modo, é o sintoma que permite definir que um objeto qualquer era de certa forma, estado, etc. e agora mudou, não é mais. Esta mudança não acontece repentinamente, logo a duração que teve para se transformar é o que denominamos tempo.
Na verdade essa versão sobre o tempo ser interno decorre da megalomania humano que acreditava que a terra, centro do universo, foi criada para ser seu lar, que os animais e os vegetais foram criados para suprir suas necessidades etc. Dentro deste enfoque, o tempo que o homem reconhece é aquele que ele percebe, visto que se ele é o ponto alto da criação, o que ele não percebe ou sequer suspeita ou imagina que possa existir não existe.
Duas horas de tortura parecem uma eternidade, mas continuam sendo duas horas. Não? Ser condenado a uma eternidade ou a duas horas de torturas? A resposta é evidente não?

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